sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O mercado habitacional brasileiro e os desafios energéticos

Nos últimos dois anos o mercado habitacional brasileiro tem crescido fortemente em virtude da melhora da economia nacional e a permissão de acesso ao crédito – tanto para manutenção, reforma, construção ou aquisição de terrenos – principalmente pela população das classes C e D, assim como planos governamentais, como Minha Casa Minha Vida e Programas relacionados ao PAC, para construção de moradias para HIS (Habitações de Interesse Social). Segundo um estudo da FGV publicado pela Enerst Young & Terco, estima-se que a taxa de crescimento das famílias será de 2% ao ano nas próximas duas décadas e que haverá aumento em investimento habitacional, valor das construções, venda de materiais e crédito imobiliário, como ilustra o gráfico abaixo:


De acordo com o mesmo estudo no últimos 17 anos, a população brasileira cresceu a uma taxa de 1,5% ao ano, superior a média mundial de 1,4%, passando de 146,6 milhões de habitantes em 1990, para 189,1 milhões em 2007. Em 1990, 74,8% dos brasileiros viviam nas áreas urbanas, em 2007 o percentual subiu para 85,1%.

A perspectiva é de que em 2030, o Brasil tenha 91,1% de sua população nas cidades. Portanto haverá mais adultos aptos a formar uma família e a demandar moradia.

Interessante notar que embora o número de famílias esteja em extrema perspectiva de aumento, passando de 60,3 milhões em 2007 para 95,5 milhões em 2030 (crescimento de 58%), o número de integrantes da família tende a diminuir de 3,1 pessoas para 2,4.

Esse estudo prevê dois ciclos até 2030. Das 15,3 milhões de famílias que se formarão até 2017, 57% estará na base da pirâmide social, com renda inferior a R$ 2 mil. Após, essa tendência muda e 78% dos 19,9 milhões de novas famílias terão rendimentos entre R$ 2mil e R$ 8 mil.

Além da necessidade de novas moradias pelo aumento da população, há que se considerar o déficit habitacional. Em 2005 (IBGE, FGV) o Brasil totalizava 7,83 milhões de moradias. Sendo 4,3 milhões em coabitação e 3,52 milhões por inadequação, sendo que a concentração da carência ocorre nas faixas de
menor renda – até R$ 1000,00. Isso representa aproximadamente 20% dos domicílios dessa classe de renda, sendo que o maior volume do déficit se dá nas regiões Sudeste e Nordeste.

A energia é um insumo fundamental para o funcionamento da toda e qualquer sociedade sociedade. Existe atualmente uma grande pressão, por parte dos governos e entidades internacionais, para a utilização de fontes alternativas de energia – que agridam menos o meio ambiente. Mesmo fontes como a hidrelétrica, predominante no Brasil por seu alto potencial hídrico, que não produz gases nocivos estão sujeitas a restrições ambientais devido a inundação de grandes áreas. Sendo assim, todo investimento para poupar energia pode ser transferido para o desenvolvimento de fontes de energia
alternativa. 

O projeto LEDHIS prevê o atendimento aos requisitos ambientais do consumo de energia, podendo aliviar o consumo de energia gasto em iluminação nas habitações e que pode ser aplicado ou transferido para outras áreas estratégicas, por exemplo, a indústria de bens acabados.

Segundo o estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas), o Brasil será em 2030 o sétimo maior consumidor de energia do mundo, com crescimento anual médio de 3,3%. Já o consumo de energia elétrica crescerá 4,4% ao ano, podendo chegar a 92,3 toneladas equivalentes de petróleo e o investimento no setor de
energia é estimado em US$ 750 bilhões até 2030.
 



A distribuição de energia elétrica passará por mudanças significativas ligadas a novos padrões habitacionais, com o aumento do número de moradias e também de eletrodomésticos. Na faixa dos moradores de HIS, o consumo de energia elétrica crescerá em média 2,5% ao ano e por aparelhos domésticos 2,7% na perspectiva de 2030.

Tendo esses dados como parâmetros é presente uma demanda por aperfeiçoamentos nos sistemas de iluminação das habitações brasileiras possuindo um diferencial sustentável tanto ambiental quanto econômico.



Fonte:

- ERNEST YOUNG & TERCO. Brasil Sustentável. Desafios do Mercado de Energia. 2010.
- ERNEST YOUNG & TERCO. Brasil Sustentável. Potencialidades do Mercado Habitacional. 2008.



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